2.1.12
Postado por
Sávio Hackradt
“COISAS DA VIDA” – Por @LeideFranco*
É aqui, é acolá, sempre tem um indivíduo cometendo crimes
contra a natureza da norma culta da língua portuguesa. Enquanto defendem a
inclusão digital e oferecem oportunidades para que o número de pessoas
conectadas à internet aumente, eu defendo a alfabetização.
É
um mais2 fora da adição, é um L metido onde não deve ou fora do lugar,
sobrando, como por exemplo escultar3 uma música e um agente4 referindo-se a “nós”. É um caso sério. Tão sério
que deve fazer Manuel Bandeira chorar de incontrolável tristeza.
A
internet, ou melhor, algumas pessoas que fazem o uso dela, vêm arrazando5 e
maltratando a pobre língua portuguesa. Não estou falando de “internetês”, estou
falando da falta de leitura de livros, jornais, revistas e da falta de prática
com a escrita feita com caneta em papel pautado.
Enquanto
as crianças estiverem aprendendo a digitar, antes de aprender a escrever, vamos
criar uma “Geração Z” ou qualquer outra de qualquer outra letra ‘bytizada’ no
dialeto abreviado da rede mundial de computadores.
Não
precisa ser um português de Machado de Assis, mas é inadmissível que leiamos os
talves6, concerteza7, derrepente8 ou ainda o nada haver9. E o Quiz?10 Quisera
que soubessem que é um jogo! E o mim11 segue que eu sigo de volta? Prefiro
morrer! Eu, tu, eles, nós, vós, eles, todos estes somos gente. Um dia vão
aprender que mim11 não é ninguém e, portanto não conjuga verbo.
Com
migo12 não tem vez. Não mesmo! Eu não estou meia13 cansada disso, eu estou
inteiramente cansada disso! Lembre-se, quando faz calor você sua e não soa14, a
não ser que quando o sol do pingo do meio dia aquece, você sai gritando por aí,
fazendo soada (barulho).
Faz
vários dias que venho prestando atenção na forma que as pessoas escrevem no
Twitter e Facebook. Dizem até que devo estar sofrendo de alguma compulsão. Vejo
que muitos diriam: “Fazem15 vários dias que venho prestando atenção”, só que
ainda não sei ao certo quem faz os dias, quando descobrir, vou pedir para que
faça uns da semana com 36 horas, pelo menos, porque eu preciso!
E
em que parte da máquina fica o botão que apaga definitivamente o seje16, o
esteje17 e o vinhesse18 do mundo?
Se
encontrar, aperte forte!
-
O que ouve19 com você?
-
Estou surda!
Por
favor e por tudo que é mais sagrado, compartilhe essa ideia, porque
simplismente20 necessitamos de uma língua melhor escrita!
Salvem
o português!
Corrigindo:
1
- No título (O português vai estar morrendo):
Não
é possível em lugar nenhum no mundo que alguma coisa esteja acontecendo agora e
no futuro ao mesmo tempo. A não ser que tenham inventado uma máquina do futuro
no presente ou... sei lá!
O
legal é dizer: O português está morrendo/O português vai morrer
2-
E no Mas/Mais:
Mas:
conjunção adversativa, equivale a porém, contudo, entretanto:
Ex.: A felicidade voa tão leve, mas tem a vida breve.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
Ex.: Este é o curso mais caro da faculdade.
Ex.: A felicidade voa tão leve, mas tem a vida breve.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
Ex.: Este é o curso mais caro da faculdade.
3-
Escultar: É uma palavra que eu desconheço. Se a palavra refere-se ao verbo
ouvir, o correto é escutar.
4-
Agente/A gente: A gente é uma forma popular da primeira pessoa do plural:
nós.
Exemplo: A gente foi lá ontem.
Exemplo: A gente foi lá ontem.
Já
agente, sem espaço entre o "a" e o "gente", é um
substantivo, uma palavra que designa uma pessoa que exerce determinada atividade:
agente de viagem, agente de serviço, etc.
5-
Arrazando: Primeiro, se ao dizer ARRAZAR estão querendo dizer ARRASAR, eu não
sei porque usam essa palavra quando querem dizer que fulana ARRAZOU com aquele
vestidinho.
Por
que?
Vejam,
segundo o Aurélio, Arrasar é: Tornar raso. Nivelar. Demolir, destruir.
É
isso mesmo que estão querendo dizer sobre o uso do vestido?
Não,
sei não!
6-
Talves: Talvez é com Z.
7- Concerteza: Com certeza.
8- Derrepente: De repente.
9-
Nada haver: Nada mesmo! A não ser NADA A HAVER no sentido de nada a receber,
agora se for algo que não diz respeito a/não condiz com, o certo é NADA A VER.
10-
Quiz: Se for do verbo querer, é melhor QUIS.
11-
Mim/Me: Dica simples, se MIM não vier seguido de (a, para, de, sem, por...),
então coloque o ME que fica mais bonito.
12-
Com migo, não! COMIGO, sim!
13-
MEIA cansada? Só se for uma meia velha cansada do seu pé. Se for para dizer que
está um tanto cansada, o correto é MEIO cansada.
14-
Quem SUA fica suado. Quem SOA faz barulho.
15- O verbo FAZER, referindo-se a
"tempo decorrido", é IMPESSOAL (=sem sujeito); por isso só deve ser
usado no SINGULAR.
Exemplo:
FAZ dez anos que não nos vemos.
16-
Seje: Isso não existe! É SEJA.
17-
Esteje: Isso não existe! É ESTEJA.
18:
Vinhesse: Isso é o que mais não existe. É VIESSE.
19-
Se era “o que aconteceu com você?”, então é HOUVE.
20-
Simplismente: Vem de SIMPLES, portanto é simplesmente.
*Leide Franco - Comunicadora com pretensões literárias;
Um pouco de filosofia e reflexões cotidianas;
Um muito de MPB
E quase nada do que ainda quero ser.
Escreve às segundas-feiras.
Estação Música Total
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