13.3.11
Postado por
Sávio Hackradt
Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania
Marígia Tertuliano - Profª. da UNP
Foto Cézar Alves
As garças vaqueiras (Bubulcus íbis) brigam por alimento para si e para os seus e, no balé que fazem, encantam com o belo voo coletivo ou individual.
No meio rural não é diferente. Os desafios enfrentados pelas mulheres são enormes, pois as lutadoras encaram, diariamente, jornadas triplas. Em sua maioria, são chefes de família, mãe, esposa e devido a estas responsabilidades, ficam impossibilitadas de estudar e de se beneficiar de programas de preparação técnica, que aumentem o nível acadêmico e profissional. Assim, estas e outras preocupações fazem com que a questão da igualdade de gênero constitua um grande desafio para as mulheres rurais.
Neste sentido, concordo com Boaventura Santos quando afirma: “a cultura patriarcal tem, em certos contextos, outra dimensão particularmente perversa: a de criar a ideia na opinião pública que as mulheres são oprimidas e, como tal, vítimas indefesas e silenciosas.” O que reitera a importância de incentivar a implementação de políticas públicas para as mulheres.
No meio rural, assim como no urbano, as mulheres guerreiras como as garças, também fazem o seu balé diário nos diferentes campos de atuação. Uma verdadeira revolução.
Querendo entender essa revolução, no período momesco, assisti aos pronunciamentos de senadoras, deputados e deputadas, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Após longos depoimentos, identifiquei três grandes desafios: o político; o do mercado de trabalho; a violência e a discriminação.
Os desafios políticos estão ligados a pouca participação das mulheres no processo eleitoral e a importância da Reforma política e o financiamento público, nesse contexto, como propulsora de mudança.
Criar mecanismos que permitam diminuir o abismo entre a representação política da mulher e a ampliação da participação feminina nos pleitos é uma realidade, uma vez que, atualmente, dos 513 congressistas, apenas 43 são mulheres; e no Senado, apenas 12. Assim, a bancada feminina representa apenas 12% do Congresso Nacional. A reforma política é importante, pois assegurará aos partidos a responsabilidade de lançar igual número de homens e mulheres nos processos eleitorais.
O segundo desafio é o mercado de trabalho. Mesmo com nível de escolaridade elevado, as mulheres ainda ganham 30% a menos do que os homens.
O terceiro ponto é a violência e a discriminação sofrida pelas mulheres de todas as idades. Segundo a pesquisa: “Mulheres brasileiras nos espaços públicos e privados – Fundação Perceu Abramo”, a cada dois minutos mulheres sofrem violência no ceio da família, seja pelos namorados, companheiros e cônjuges.
Essa realidade é cruel, uma vez que estamos vendo juízes e delegados sendo flexíveis ao uso da Lei Maria da Penha. Acredito ser um retrocesso querermos amenizar as penas referentes aos casos de violência contra a mulher.
Preconceito e intolerância também são desafios a serem vencidos, uma vez que estes são fruto também do machismo que ainda existe no país onde a população em sua maioria é feminina e a miséria tem raça, gênero e idade. Neste sentido é perceptível a necessidade de políticas públicas de orientação sexual; creche para meninas; casa de acolhimento às mulheres vitima de abuso, entreoutros.
Percebe-se que as mulheres estão mais ativas na busca dos seus direitos e, mesmo com os desafios elencados alcançamos avanços, dentre os quais destaco: a Lei Maria da Penha e a eleição de uma mulher para a Presidência do País.
Como as garças vaqueiras, nosso vôo é belíssimo, assim como o pouso.
A caminhada é longa, mas salutar. Em bando ou sozinha, a mulher abre o seu espaço para dizer: a mulher pode e pode mesmo.
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