13.3.11

Postado por Sávio Hackradt

Soa alerta de emergência em segundo reator nuclear no Japão

País luta para evitar derretimento de dois reatores; estimativa de mortos pelo desastre ultrapassa a barreira das 10 mil pessoas

O Estado de São Paulo

O Japão luta neste domingo, 13, para evitar o derretimento de dois reatores nucleares afetados pelo terremoto seguido de tsunami, ao mesmo tempo em que a estimativa de mortos pelo desastre ultrapassa a barreira das 10 mil pessoas.

A agência japonesa de segurança nuclear estabeleceu alerta de emergência em um segundo reator da usina Fukushima Daiichi, a mesma onde, no sábado, 12, uma explosão atingiu o prédio do reator número 1. O ministro porta-voz do Japão, Yukio Edano, admitiu que houve vazamento radioativo do reator número 1 e disse que há risco de que o acidente se repita no reator número 3 da usina.

O tsunami destruiu o gerador de segurança movido a diesel da central atômica, comprometendo o bombeamento de água para o resfriamento dos reatores. Mesmo com o reator desligado, o material radioativo precisa ser permanentemente resfriado com água - sem isso, a pressão no interior do reator aumenta gradualmente, até que ele derreta e libere na atmosfera material radioativo.

Segundo a operadora da central nuclear, Tokyo Electric Power (Tepco), após a explosão do prédio do reator número 1, o nível de radiação emitido superou o limite legal de 500 microsievert por hora, unidade de medida de exposição a radiação ionizante. Neste domingo, a radiação chegou a alcançar 1.204 microsievert, mas já teria diminuído a níveis seguros. Segundo o governo japonês, até o momento 22 pessoas foram contaminadas pela radiação e estão sob acompanhamento.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) comunicou que a explosão de sábado ocorreu fora do envoltório de aço do reator, por isso o núcleo não chegou a ser afetado. As autoridades seguem tentando resfriar o reator número 3, liberando de forma controlada o vapor e enchendo o recipiente primário com água marinha e ácido bórico.

Segundo Edano, não será necessário realizar novas evacuações caso haja uma nova explosão, pois os 180 mil moradores em um raio de 20 quilômetros da usina já foram levados para lugares seguros. Ele também afirmou que não há "nenhuma" informação que confirme o derretimento do núcleo do gerador número 1, mas admitiu que tenha havido uma "deformação" devido ao superaquecimento.

Autoridades japoneses classificaram o acidente em Fukushima Daiichi como de nível 4, ou seja, "com consequências locais". Na escala, que vai de 0 a 7, o desastre de Chernobyl, ocorrido na Ucrânia em 1996, foi qualificado como de nível 7.

Segundo a agência de notícias Kyodo, o número de mortos ou desaparecidos supera os 2.000. Mas neste domingo a polícia japonesa expressou o receio de que mais de 10 mil moradores possam ter morrido na cidade de Miyagi, a mais próxima do epicentro do terremoto.

(Com Cláudia Trevisan, de O Estado de S. Paulo, e agências internacionais)

13.3.11

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