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Sávio Ximenes Hackradt

22.3.11


Segundo governo japonês, contaminação no solo a 40 km da usina é 400 vezes maior do que o recomendado
estadao.com.br
A Agência Internacional de energia Atômica (AIEA) detectou níveis de radiação 1,6 mil vezes acima do normal em um raio de 20 km do complexo atômico de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão, onde o terremoto do último dia 11 provocou um acidente nuclear. Além disso, de acordo com a rede de TV NHK, o ministério da Ciência do país mediu uma emissão de raios gama 400 vezes acima do normal no solo a uma distância de 40 km da usina.
A área no raio de 20 km em torno da usina foi completamente isolada. Quem mora até 40 km do complexo foi orientado a não sair de casa. O governo japonês já identificou níveis de contaminação na água, leite e vegetais, embora eles não sejam imediatamente nocivos à saúde humana.
Segundo o professor Keigo Endo, da Universidade de Gunma, a radiação liberada de iodo em uma amostra de 5 cm de solo a 40 km de Fukushima Daiichi está acima 430 vezes do nível normal, e a de césio é de 47 vezes maior.
O Ministério da Saúde disse que os moradores de cinco municípios em Fukushima não devem misturar água de torneira com leite infantil em pó, depois que se descobriu que a água contém mais que o nível padrão de iodo radiativo permitido para bebês. As autoridades suspenderam as vendas de leite e alguns vegetais da região.
A Tokyo Eletric Power Company (Tepco) identificou contaminação radioativa também na água do mar, o que não surpreende em vista da chuva e de os reatores estarem sendo regados com água do mar.
Segundo a Tepco, parte da água que foi jogada sobre os reatores está derramando de volta no mar.
O iodo radiativo presente nas amostras de água do mar estava em níveis 126,7 vezes mais altos que o permitido, enquanto o césio estava 24,8 vezes acima, disse a agência de notícias Kyodo. Mesmo assim, de acordo com a Tepco, não há perigo imediato.
"Seria preciso beber essa água um ano inteiro para acumular 1 milisievert", disse um representante da empresa, aludindo à unidade padrão de medição de radiação.
As pessoas normalmente são expostas a entre um e dez milisieverts por ano vindas de radiação de fundo causada por substâncias presentes no ar e no solo. Apesar dos avisos, especialistas dizem que a radiação medida está muito abaixo do que foi visto em Chernobyl após o acidente nuclear de 1986 na Ucrânia.

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