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Sávio Ximenes Hackradt

28.4.11


Folha de São Paulo com France Presse
Se você já se martirizou por não saber onde guardou as chaves ou os óculos, e acha que é distraído ou esquecido demais, pense melhor: isto pode ser apenas um sinal de que está precisando dormir.
Esta é a conclusão de um estudo feito com camundongos, que sugere que o cérebro cansado pode adormecer por uma fração de segundo, mesmo que esteja funcionando ativamente.
As consequências disto são grandes, principalmente para pessoas executando tarefas para as quais a falta de sono pode ser perigosa, alertam os autores da pesquisa.
"Mesmo antes que você sinta a fadiga, há sinais no cérebro de que você deveria interromper certas atividades que exijam um estado alerta", explica Chiara Cirelli, professora de psiquiatria da Universidade de Wisconsin, em Madison.
"Grupos específicos de neurônios podem adormecer, com consequências negativas para a performance da atividade", acrescentou.
O estudo, publicado na revista britânica "Nature", desafia o senso comum de que a falta de sono afeta o cérebro inteiro.

TEORIA
A teoria convencional se baseia na observação de eletroencefalogramas, que revelam os padrões de atividade elétrica nos neurônios --mas possuem algumas limitações.
Seus eletrodos são posicionados no couro cabeludo, o que significa que captam melhor o sinal dos neurônios próximos ao crânio em relação àqueles que ficam nas camadas mais profundas do cérebro --e, essencialmente, resumem a atividade de centenas de milhões de neurônios, e não conseguem analisar células isoladamente.
Para contornar esta limitação, Cirelli e seus colaboradores inseriram sondas ultrafinas dentro do cérebro de 11 camundongos adultos para monitorar a atividade elétrica em subgrupos de neurônios no córtex motor, que é responsável pela coordenação motora "semiautomática".
Os roedores foram mantidos acordados durante quatro horas além do horário em que normalmente vão dormir, com a ajuda de objetos novos introduzidos na gaiola para mantê-los interessados --e ativos.
O monitoramento cerebral mostrou que, mesmo quando todas as aparências indicavam que os animais estavam acordados e ativos, neurônios nestas áreas específicas não estavam funcionando --em outras palavras, partes do cérebro permaneceram adormecidas enquanto outras continuavam despertas.
"Mesmo quando alguns neurônios pararam de funcionar, as medições cerebrais através do eletroencefalograma indicavam, de maneira geral, que as cobaias estavam acordadas", diz Cirelli.
Estes episódios de "sono localizado" afetaram o comportamento dos camundongos, segundo os cientistas.
Os animais foram treinados por duas horas para realizar uma tarefa complicada: segurar uma bolinha de açúcar com uma única pata.
Mas quanto mais cansados ficavam, mais difícil para os roedores se tornava o trabalho. Eles começaram a deixar cair as bolinhas, ou então não conseguiam pegá-las quando oferecidas.
Era necessário que alguns poucos neurônios "saíssem do ar" por um terço de segundo para que as falhas ocorressem, destaca Cirelli em um comunicado sobre a pesquisa.
"Dos 20 neurônios que acompanhamos durante um experimento, 18 permaneceram acordados", explica. "Nos outros dois, havia sinais de sono, com alternância entre períodos breves de atividade e períodos de silêncio".

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