10.4.11
Postado por
Sávio Hackradt
Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania
Marígia Tertuliano - Profª. da UNP
Foto Carlos Fonsêca |
“A história acontece como tragédia e se repete como farsa”. A célebre frase imortaliza o 18 Brumário de Luis Bonaparte, escrito por Karl Marx, e nunca esteve tão atual.
Estamos na pós-modernidade, com atitudes questionáveis, e reeditando conceitos e práticas que pareciam perdidos na tal modernidade.
A falta de planejamento e de compromisso, com as propostas levadas aos cidadãos, coloca em risco a democracia e a credibilidade da sociedade na política. E esta, por sua vez, perde-se em valores equivocados - capitaneados por políticos profissionais.
Alguns administradores públicos não entendem o significado das palavras respeito e dignidade.
Nessa seara, assistimos parlamentares mudarem de partidos, como quem troca de roupa, e a falta de ideologia. As parcas proposições desses senhores não promovem a implantação de políticas públicas e a política do umbigo continua sendo a vilã dos desmandos.
Assistimos diariamente à política do pão e circo, como se a sociedade fosse composta de fantoches, de cidadãos sem compromissos; sem formadores de opinião ou o que o valha.
No Rio Grande do Norte, não é diferente. O caos se instaurou: a volta de lixões; a ampliação da demagogia; a culpa a terceiros por falhas administrativas e a repressão aos direitos são constantes. Perdemos o rumo.
Nesse sentido, percebe-se uma total discrepância entre o discurso e a prática.
A saúde é palco de infortúnios, assim como a educação. Ambientes desestruturados para receber o cidadão, que já padece em seus municípios pela falta de assistência. Os prefeitos, a mercê dos fundos de participação, teem neste a justificativa para as parcas realizações. Equipes desestruturadas, sem profissionais que atendam às reais necessidades do cargo, assim como a ingerência política, promovendo a ineficiência do sistema e a ineficácia dos resultados
Os médicos, mesmo cooperados, já sofrem com a ingerência política. Há casos, como me relatou um desses profissionais, que têm de “peitar” as autoridades para atenderem sem critérios políticos aos que precisam, principalmente em UTI's, as quais, em número insuficiente, não atendem à demanda.
Infelizmente, mesmo incentivando a gestão pública voltada para resultados, ainda nos deparamos com os velhos gestores com idéias ultrapassadas e sem visão.
Casos já tidos como sanados pululam, a exemplo dos lixões a céu aberto, dos discursos demagógicos, da coerção aos direitos e às reivindicações.
A partir daí questiono: o que leva um gestor a não perceber as reais necessidades de sua comunidade? Falta de sensibilidade? Indiferença? Não conhecer a realidade do município? Viver em gabinetes - atendendo aos iguais? Incompetência ou a soma de tudo isso?
A tragédia do Realengo dizimou famílias e sonhos e nos fez refletir sobre qual mundo queremos e estamos preparando para nossos filhos. A discussão está posta e é preciso não nos deixar enganar pelas farsas, como quer a grande mídia, insinuando até ligações da tragédia à religião islâmica.
Logo, vendo esse cenário desolador, concordo com Marshall Berman, quando em seu livro mapeia as aventuras e horrores; as ambigüidades e ironias da vida moderna -“Tudo que é sólido desmancha no ar”.
Vivemos uma fragilidade social, é verdade.Entretanto, precisamos refletir sobre o 18 Brumário e entender o que realmente vale à pena.
É difícil separar a emoção da razão, mas é fácil tomarmos um posicionamento: podemos construir um mundo melhor e mais justo.
Chega de farsa!
Estação Música Total
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