CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

23.4.11


Nos EUA, as mulheres têm de trabalhar 102 dias a mais para igualar a remuneração dos homens nas empresas
Mariko Chang - O Estado de S.Paulo
THE WASHINGTON POST
O Dia do Pagamento Igualitário foi "comemorado" no último dia 12. A data é referência em relação ao quanto as mulheres têm de trabalhar a mais do que os homens para ganhar o mesmo: no caso de 2010, três meses e meio. Se esses 102 dias forem multiplicados por 40 anos, o tempo aproximado que as pessoas trabalharão entre a formação escolar e a aposentadoria nos Estados Unidos, as mulheres precisam trabalhar mais de 11 anos adicionais para ganhar o mesmo que os homens na velhice.
Atualmente, as americanas ganham entre 74% e 77% do total dos cidadãos do país do sexo masculino. Para compreender a injustiça, vale desfazer alguns mal entendidos sobre por que os homens ganham mais. Um deles diz respeito ao fato de que os setores que pagam melhor são mais "masculinos". Isso é uma inverdade porque, mesmo quando trabalham nas mesmas ocupações, as mulheres ganham menos. O salário semanal médio para farmacêuticos do sexo masculino em tempo integral era de US$ 1.954 em 2009, contra US$ 1.475 para farmacêuticas, aponta o Institute for Women"s Policy.

Mesmo em ocupações tipicamente femininas, os homens podem ganhar mais. Enfermeiras registradas em tempo integral ganhavam em média US$ 1.035 por semana em 2009, enquanto os homens ganhavam US$ 1.090 - ou US$ 2.860 extras por ano.
E, embora dados do censo populacional dos EUA analisados pela Reach Advisors, de Nova York, mostrem que mulheres na faixa dos 20 anos - casadas e sem filhos - possam ganhar até mais que seus pares do sexo masculino em grandes cidades, a média das remunerações não reflete isso. Essa proximidade de salários entre os sexos também aparece mais no início de carreira - depois, as diferenças aumentam.
Os homens foram atingidos primeiramente pela recessão, na medida em que o setor de construção recebeu o primeiro golpe. Com o prosseguimento da crise, o setor de serviços - que emprega mais mulheres, ou cerca de 20% do total de trabalhadoras nos Estados Unidos - foi golpeado duramente pela recessão. Além disso, as mulheres "arrimo de família" também sofrem com um desemprego maior do que a média masculina: o desemprego entre as chefes de família chega a 12,3%, contra 9,3% de seus pares homens.
Razões. A discriminação salarial não é necessariamente o resultado de crenças sexistas - entretanto, ela ocorre mesmo de forma inconsciente. Em um estudo sobre audições sinfônicas, as economistas Claudia Goldin e Cecilia Rouse descobriram que mulheres músicas eram mais propensas a ser contratadas e promovidas quando tocavam atrás de um biombo, sem que os juízes não pudessem vê-las. Seriam essas pessoas sexistas? Provavelmente não, mas com certeza estariam sucumbindo a estímulos inconscientes.
Diminuir a diferença salarial, porém, não será suficiente para criar uma igualdade econômica entre homens e mulheres, embora seja um passo importante. A riqueza - o valor de ativos, com o desconto das dívidas - é um maneira mais abrangente e precisa de medir o bem-estar econômico de uma pessoa do que a renda. Hoje, mulheres solteiras possuem menos da metade da riqueza dos solteiros. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL E CELSO M. PACIORNIK

0 comentários:

Postar um comentário


Estação Música Total

Últimas do Twitter



Receba nossas atualizações em seu email



Arquivo