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Sávio Ximenes Hackradt

30.8.11


Marcelle Ribeiro – O Globo
Executivos de grandes jornais brasileiros estão analisando uma forma para cobrar pelo acesso à informação nos seus portais na internet. Em congresso da Associação Nacional de Jornais (ANJ), que se encerra nesta terça-feira, em São Paulo, diretores dos grupos que controlam os jornais O GLOBO, "Folha de S. Paulo", "O Estado de S. Paulo" e "Lance!" afirmaram que é preciso pensar a maneira de fazer essa cobrança no curto prazo e decidir se é o caso de seguir o exemplo de jornais americanos como o "The New York Times", que já cobram pelo acesso a seus conteúdos na internet.
Receitas da publicidade não serão suficientes
Para o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, os veículos devem parar de oferecer conteúdo grátis na web.
- Ainda podemos aumentar a circulação no papel (dos jornais), há mais gente entrando na classe C, mas precisamos ser mais decididos e definitivos na cobrança na internet. Não temos mais alternativa - afirmou.
Segundo Genesini, os jornais têm que investir na cobrança de conteúdo dos usuários na rede, pois, nos próximos cinco anos, os veículos de comunicação não conseguirão sobreviver só com as receitas da publicidade.
- Não dá para viver de publicidade. Primeiro porque a publicidade não cresce num ritmo muito grande. Em segundo lugar, porque ela está dividida, fragmentada por muitos canais. E também porque a publicidade é muito instável. Você tem uma "crisezinha" e a publicidade é a primeira que sofre - afirmou.
O diretor-presidente do Grupo Lance! e vice-presidente da ANJ Walter de Mattos Júnior defendeu que a indústria dos jornais pense em conjunto numa solução para a cobrança.
- Acho que não há solução individual. Nós, como indústria, temos que nos mover. Claro que não vamos encontrar uma sintonia completa, mas temos que acordar nos princípios gerais.
Marcello Moraes, diretor geral da Infoglobo - empresa que publica O GLOBO -, concordou que os veículos brasileiros têm que pensar o modelo de cobrança o quanto antes, mas, ressalvou, sem o desespero dos veículos de comunicação americanos, que fizeram a cobrança de forma "atabalhoada".
- O que devemos pensar em conjunto é monetizar o nosso conteúdo. Mas como vai ser? Cada empresa tem seus clientes, seus modelos. Isso temos que fazer num curto prazo. Mas não precisamos fazer nada desesperado. Podemos fazer um modelo, testar; se não der certo, mudamos, ajustamos, fazemos de outra forma. Não podemos perder mais tempo nisso. Nosso conteúdo é de alto valor - disse Moraes, que citou as análises de colunistas como um tipo de conteúdo que poderia ser cobrado.
Na opinião de Moraes, daqui a seis meses as empresas terão de testar novos modelos de negócios digitais. Para ele, os jornais brasileiros devem fazer planejamento pensando num futuro com múltiplos cenários, que abranjam as áreas analógica, digital, novos modelos de negócios e modelos tradicionais.
- Não deveríamos mais fazer apostas num futuro único. Antes dizíamos "acho que o futuro vai nessa direção". Como o mundo está muito mais complexo, as iniciativas estratégicas devem buscar preparar seus projetos para qualquer uma das quatro áreas - afirmou.
Apuro técnico é essencial para a nova estratégia
O diretor-superintendente do Grupo Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, diz que para cobrar pelo conteúdo é preciso resolver problemas técnicos.
- A expectativa que se tem é de que o modelo para rentabilizar o conteúdo digital, pago ou não, tende a ser hegemônico. Dificilmente você vai ter empresas agindo de maneira diferente das outras em escala mundial. É preciso um desenvolvimento técnico, científico, para fazer com que aquilo efetivamente funcione. Qual modelo vamos adotar? - questionou.

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